segunda-feira, 20 de julho de 2009

Numeração de obras: gravura e escultura

Gravuras

Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma “linguagem” bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí adveio são indiscutíveis.

A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.


Processo Gráfico

Na gravura existem dois grandes momentos: a elaboração da matriz e a sua impressão. Numa breve classificação podemos dividir a gravura em duas linhas: processos diretos e indiretos de atuação sobre a matriz. A saber, a xilogravura e algumas modalidades do metal e a litografia como diretos. Outras modalidades do metal, a litografia, quando se utiliza papel, transporte ou processos foto mecânicos e demais técnicas mistas como indiretos.

Na impressão ou estampagem podemos destacar as seguintes modalidades básicas:

Planográfica: a litografia (pedra)
Relevo: xilogravura de fio e de topo (madeira)
Intaglio: água forte, buril e as demais modalidades (metal).
Estêncil: serigrafia (silk-screen)
Digital: giclée print ou digigrafia (arquivo de computador impresso em sistema ink jet ou laser jet)

Em ambas as fases, tanto na elaboração da matriz como na da impressão, a atitude do artista é sempre criativa. O artista é operante até a definição da prova que se define como boa para o início da impressão da serie.
O uso da expressão “multiplicação de originais” tem a intenção de caracterizar a diferença entre a gravura de atuação direta do artista da reprodução onde a atuação do criador é distante.

Uma gravura original não tem o sentido de uma cópia ou de reprodução. É um múltiplo, onde cada peça é um original. Esse múltiplo é identificado modernamente, a partir do século XIX, como sendo a gravura que perdeu o sentido de pura ilustração ou cópia de uma outra obra qualquer. Isto é, quando a gravura tinha apenas a função de registro, documentação e apoio para um texto e divulgação em nível de reprodução de imagens consagradas.

Toda gravura original é numerada e assinada pelo artista a lapis.
Uma edição de gravuras compreende as provas numeradas ex: 1/100 a 100/100 e a prova de artista e arquivo ex: P.A. (obs: as provas extra edição não ultrapassam 20% das numeradas e têm o mesmo valor de mercado).


CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

A definição de uma GRAVURA ORIGINAL foi convencionada no III Congresso Internacional de Artistas em Viena, 1960.
A formalização que segue foi estabelecida pela Association Internationalle des Arts Plastiques, filiada a UNESCO em 1963 depois de conferências que reuniram gravadores, editores, donos de galerias e representantes de instituições oficiais. “The Print Council of America”, que edita e organiza exposições, também definiu numa publicação o que é uma gravura original:


· É direito exclusivo do artista gravador determinar o número definitivo de cada um de seus trabalhos gráficos, em diferentes técnicas: água forte, xilogravura, litografia, etc.

· Cada gravura, para ser considerada um original tem que ter não somente a assinatura do artista, como também uma indicação da edição total e do número da gravura na série. O artista pode também indicar que ele mesmo foi o impressor.

· Uma vez feita a edição é desejável que a matriz original, pedra, bloco de madeira, ou qualquer outro material da matriz seja anulada ou que leve uma marca especial indicando que a edição foi completada a fim de que haja uma garantia contra edições paralelas.

· Os princípios acima se referem aos trabalhos gráficos que podem ser considerados originais, quer dizer: gravuras para as quais o artista fez o desenho original, trabalhou diretamente na matriz até a prova BPI (Boa para Imprimir) BAT (Bom a tirer) GTP (Good to print). Trabalhos que não cumprem estas condições tem que ser considerados “reproduções”.

· Para reproduções não há possibilidades de controle de tiragem. É desejavel que as reproduções sejam consideradas como tais, diferenciadas, sem qualquer dúvida, do trabalho gráfico original. Isso em especial quando reproduções são de tal valor que o artista, desejando reconhecer o trabalho materialmente executado pelo impressor, consente em assiná-lo. Neste caso a assinatura tem valor de endosso da qualidade de impressão.

Advertências

Chama-se edição, uma série de exemplares (múltiplos) de uma mesma imagem que devem preencher os seguintes requisitos: todos os exemplares que compõem uma edição devem ser rigorosamente iguais como qualidade de impressão, qualidade e formato de papel, tamanho das margens, número que define a tiragem mais a assinatura do artista. O número que indica o exemplar e a quantidade da série via de regra se encontra à esquerda e a assinatura à direita.
Por convenção, as provas de estado e de cor, devem ser anotadas para determinar o estágio anterior à edição (ex: P Cor, PE). Além da numeração da edição o artista tem o direito a um percentual de 10% de exemplares sobre o total da edição, que levará como indicação a marca de exemplares PA (Prova do Artista). O exemplar com a indicação PI se refere a prova que o impressor tem direito, por convenção. A casa editora terá direito à um exemplar que leva a marca PAP (Prova de Apresentação). Todas essas provas estão qualificadas no mercado como gravuras originais, passíveis de comércio. Escapam do comércio os exemplares com a indicação H.C. (hors comerce). A assinatura na matriz não exclui a assinatura na margem, que endossa definitivamente aquela matriz. As variações de cor de uma imagem devem levar indicação de que são variações. www.glatt.com.br/fixos/gravura/gravura.html

Escultura
Existem as esculturas únicas, exclusivas e múltiplas.
São conceitos internacionais que exemplificam sua tiragem.
As peças ÚNICAS, são "unas", e tem o seu valor bem maior do que as exclusivas e muito maior do que as múltiplas. Geralmente são feitas em materias que não possibilitam a sua reprodução, como o mármore, o ferro, etc
As peças EXCLUSIVAS, tem o direito de uma tiragem limitada a 5 (cinco) esculturas e mais uma que deve ser a P/A (prova do artista), que tem o mesmo valor que as outras cinco.
Peças MÚLTIPLAS, conforme o seu nome diz, dá direito ao artista de multiplicar um exemplar, determinado por ele mesmo. Porém, ao terminar a execução do número estipulado, sua fôrma deverá ser destruída. Importante anotar em cada uma delas o seu número de tiragem.

Planejamento de uma exposição

1ª Etapa - Reunião da equipe de produção ou galerista.
2ª Etapa - Elaboração dos textos
3ª Etapa - Programação visual de convites, catálogo e cartazes (banners,painéis ou mobiliário urbano)
4ª Etapa - Produção dos fotolitos para convites, catálogo e cartazes (banners, painéis ou mobiliário urbano)
5ª Etapa - Impressão gráfica de convites, catálogo e cartazes
6ª Etapa - Produção dos painéis (opcional)
7a Etapa - Preparação da Mala direta
8ª Etapa - Sinalização do local da Exposição (opcional)
9ª Etapa - Bases para as esculturas ou molduras (dependendo do caso)
10ª Etapa - Produção de um Vídeo (opcional)
11ª Etapa - Edição e sonorização do vídeo (opcional)
12ª Etapa - Iluminação
13ª Etapa - Preparação do material para divulgação: Release e fotos
14ª Etapa - Divulgação e mídia
15ª Etapa - Correio
16ª Etapa - Lista de preços
17a Etapa - Seguro das obras
18a Etapa - Contratação de transportadora
19a Etapa - Segurança (opcional)
20ª Etapa - Coquetel (opcional)